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Família, canal de discipulado

15, jun, 23

Família, canal de discipulado

Se não crescemos, como vamos levar 

nossa família a crescer em Deus?

Ao longo da caminhada cristã, temos visto a preocupação dos pais em levarem seus filhos para a igreja. Nos domingos, todos bem vestidos e entusiasmados, seguem para o culto, participam da escola bíblica e se relacionam com os outros irmãos na Casa do Senhor. Nas classes específicas, as crianças e adolescentes ouvem a Palavra de Deus por intermédio dos professores e pastores. São ministrados em diferentes atividades e estimulados a conhecer mais do Senhor. Terminado aquele momento alegre, descontraído e atrativo, voltam para suas casas ansiosos pelo retorno na semana seguinte, quando mais uma vez ouvirão histórias e ensinamentos bíblicos. Você observa alguma coisa equivocada nessa breve descrição? Não há a menor dúvida quanto à importância de despertarmos nossos filhos desde sua tenra idade a amarem a Casa do Senhor, desejarem estar nela, ansiarem por momentos de alegria e construção de amizades com outras crianças, adolescentes e, principalmente, jovens no meio cristão. 

ESSA ROTINA DOMINICAL É SUFICIENTE?

Isso é salutar, desejável e deve sim ser foco dos pais. Contudo, o que tem sido percebido é a delegação à igreja, da tarefa dos pais, como protagonistas do ensino cristão aos nossos filhos. Entrega-se à igreja e aos professores das classes de ministério infantil e adolescentes, a nobre e honrosa missão do discipulado deles. É o maior sacerdócio que uma mãe e um pai podem exercer na vida dos filhos. Caminhar com eles à luz da Palavra de Deus, compartilhar suas experiências e dividir suas batalhas espirituais.

Este ensino vai muito além de uma aula sobre Bíblia em casa, o que, obviamente, não pode ser desprezado. O ensino dos valores bíblicos no seio de nosso lar, passa pelo exemplo que damos a nossos filhos, vivendo nós mesmos aquilo que ouvimos todos os dias nas mensagens. Se isso não ocorre, somos como o homem que contempla seu rosto no espelho (Tiago 1:23-24), e saindo dali, já não se lembra mais do seu semblante. 

Somos confrontados com nossa realidade humana falível, quando olhamos atentamente para o espelho da Palavra. Porém, se ao passarmos pela porta de saída do templo, e já não nos lembramos mais dos ensinamentos ouvidos, não há crescimento. E se nós não crescemos, como vamos levar nossa família a crescer em Deus?

ENSINO VERBALIZADO E VIVENCIADO EM CASA 

A Palavra de Deus deve pulsar em nossas vidas, para que se replique naqueles que conosco convivem, os nossos filhos. Como dito em Deuteronômio 6:6-7: “que todas estas palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração! Tu as ensinarás com todo o zelo e perseverança a teus filhos. Conversarás sobre as Escrituras quando estiveres sentado em tua casa, quando estiveres andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares”. Este é um ensino prático, muito mais que teórico. É na vida doméstica que começamos a exercer o fruto do Espírito. É ali que manifestamos as evidências do novo nascimento, de novas criaturas em Jesus. É no lar que exercitamos o pedido e a concessão de perdão.

QUE TAL O CULTO DOMÉSTICO 

É no seio familiar que nos mostramos como realmente somos, sem máscara alguma. E isso, por intermédio da ministração e do aprendizado mútuo. Recordo-me com muita satisfação dos tempos de minha infância, vivendo esta experiência em casa. Na igreja em que congregávamos, havia uma orientação pastoral para que nas sextas-feiras, nenhuma atividade congregacional fosse marcada. 

A PALAVRA NÃO VOLTA VAZIA

O intuito era que esse tempo fosse destinado às famílias em culto no lar. Os pais eram orientados a ministrarem ao coração de seus filhos, cantarem juntos e meditarem na Palavra, compartilhando um tempo na presença do Senhor como família. Lembro-me de meus pais trazendo, por vezes, correções e admoestações a respeito de erros que eu e meus irmãos tínhamos cometido, tudo à luz da Palavra de Deus. 

Depois de casado, já com os filhos, levei esta prática para meu lar. O resultado é que eles também aprenderam a amar o Reino, da mesma forma que me foi ensinado. Alcançaram seu entendimento e tiveram a própria decisão por Deus ainda na adolescência. Eles  conhecem a Bíblia e sabem e gostam de anunciar o evangelho. 

“Ensina o menino no caminho em que deve andar e mesmo depois de velho não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)