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Série: Festas em Família

Adotando os solitários

 

 

 

As festas de final ano provocam os sentimentos de solidão e de tristeza em algumas pessoas adultas sozinhas (como solteiras, viúvas ou divorciadas) idosas ou não? Na maioria de nossas igrejas, elas são em grande número, todavia não são notadas, muito menos, ajudadas. Que tal adotarmos, durante essas festas, uma ou mais dessas pessoas?

ADOÇÃO DE ADULTOS SOZINHOS?

Não nos referimos a aquele tipo de adoção de crianças e adolescentes, que segue rigoroso trâmite jurídico, mas uma adoção mágica e simbólica, do acolhimento social. Entre os personagens
oriundos de uma comunidade cristã, no caso a igreja local, avoluma-se essa simbologia acolhedora e abençoadora, pois a Bíblia diz: ”Deus dá uma família aos que vivem só”. (Salmos 68:6) Em Cristo essas pessoas passam a fazer parte do Corpo, no qual há comprometimento mútuo, complementariedade e pertencimento. Que sua família, neste e em tantos outros festejos de fim de ano, convide e acolha, ano após ano, irmãos e irmãs, que estejam numa condição solitária, sem seus queridos por perto.

CONEXÃO E PERTENCIMENTO

Na véspera do Natal de 2022, o The New York Times publicou uma matéria, mostrando que nas festas de fim de ano, a maioria das pessoas se sente alegre e unida, mas que também há muita gente que se afunda em sentimentos de solidão e de isolamento.

O importante jornal informou não ter encontrado estatísticas abrangentes, sobre quantas pessoas sentem falta de conexão familiar nesta época do ano, mas registrou que esse sentimento, atinge o ápice nas festas, quando as expectativas são altas, disse Julianne Holt-Lunstad, professora de psicologia e neurociência na Brigham Young University. Ela observou que a solidão é biologicamente motivada – uma espécie de alarme interno que nos leva a atender nossa necessidade básica de conexão com outras pessoas.

COMPARTILHANDO ESSA CONEXÃO

E essa necessidade, que pode variar em sua intensidade conforme as realidades da vida de cada um, foi detectada e levada em alta consideração, por missionários coordenadores da Sepal (Serviço para a a evangelização da América Latina), que formou em São Paulo, no final dos anos setenta, o primeiro grupo de apoio social, emocional e espiritual para solteiros no Brasil. E a Presbiteriana de Vila Mariana em São Paulo, foi a primeira igreja local em todo o território nacional, a adotar seus membros solteiros.

ADOÇÃO CURITIBANA

Aqui em Curitiba, exatamente há vinte anos, foi a PIB que, através de um grupo de membros, apoiados pelo pastor Paschoal, iniciou o pioneiro “Amigos em Cristo”, oferecendo aos seus solteiros, divorciados e viúvos, acolhimento com apoio social, emocional e espiritual. Essa iniciativa pibeana, de adoção de pessoas adultas sozinhas, prosperou de tal forma, que em 2015, fechava-se o ano com um jantar para os líderes de vinte cinco grupos específicos, em diferentes denominações e bairros curitibanos. O Amigos em Cristo deu lugar ao ON+JA.

ADOÇÃO NATALINA

Apelando para mais um bom exemplo curitibano, destacamos uma ação tremendamente abençoadora do reverendo Edson Barbosa, homem que sempre foi muito ocupado com ministrações de palestras e cursos para líderes cristãos por todo o país. Nas festas de Natal em sua casa, ele e sua família reservavam tempo e presentes, para convidados especiais. Pessoas solteiras, viúvas e divorciadas.

CARDÁPIO E CHEF ESPECIAIS

O que ia para a mesa lindamente decorada, era escolhido de maneira criteriosa e variava de ano a ano. Mas o Chef, era sempre o mesmo Edson Barbosa. Assim era criado o cenário surpreendente e
significativo, de uma grande festa familiar, para ser lembrado por todos e por muito tempo. Com o passar do tempo, a esposa faleceu, os filhos deixaram a casa do pai e foram cuidar de suas vidas, mas o irmão Edson continuou comemorando as festas, com seus convidados adotados. Que tal seguirmos esse magnífico exemplo?

A QUEM ADOTAR?

As pessoas sozinhas não são invisíveis. São tocáveis, de carne e de ossos. São seus vizinhos no condomínio ou nos cultos dominicais. Muitas sofrem com o abandono familiar. Outras ainda mantêm elos familiares, mas à grande distância por causa de estudo ou trabalho noutras plagas. Se não são acometidas pela solidão, são corroídas interiormente pela saudade, que entristece, dói e corrói. São por exemplo, pessoas idosas, que nem vão mais para a igreja, porque não podem mais caminhar, nem se sustentam em pé, nos curtos minutos de oração durante os cultos. Adote essa gente, pelo menos uma vez por ano. E porque não no Natal?

Por Augusto Zeferino, jornalista colaborador do Rede Família

Daniel Motta, publicitário e arte finalista, colaborador do Rede Família